quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Indicadores Sociais de Saúde

  Ontem na UPP de Promoção II assistimos a um vídeo da 8ª Conferência Nacional de Saúde com Sergio Arouca, discutimos os conceitos narrados por ele (Ciclo Econômico da Doença)  e pudemos fazer uma análise crítica da história do SUS no Brasil e grandes eventos como este. Achei muito interessante pois analisando os acontecimentos e eventos de saúde como por exemplo a Declaração de Alma-Ata, que foi uma conferência internacional sobre cuidados primários de saúde  na qual o Brasil não participou e hoje podemos perceber que um dos principais países, senão o único, que realmente implantou as Unidades Básicas de Saúde foi o Brasil. Outro evento foi a Conferência Internacional de Promoção de Saúde (Carta de Ottawa) que buscava contribuir para as políticas de saúde de todos os países de forma equânime e universal, neste contexto então e também com outras premissas foi-se constituindo a base do SUS.
  Sergio Arouca, além de outros assuntos importantes, fala sobre os indicadores sociais de saúde |(a partir de 1:29 min.) que ampliam a definição de saúde-doença. Ele ressalta que os componentes de uma vida digna vão desde trabalho, habitação, alimento até vestimentas e se esses direitos não forem atendidos, haverá doença e nunca será alcançada a possibilidade de se viver uma vida digna.

  Atualmente falamos muito sobre Vulnerabilidade que nos permite lincar  com o Ciclo Econômico da Doença e com os indicadores sociais. O ciclo econômico da doença seria a falta de condições que determinada população possui de trabalhar, estudar, morar em um lugar que possua saneamento e fazer parte da sociedade dignamente, ou seja, essa população acaba se tornando vulnerável a problemas de saúde tanto físicos como mentais. Todas as questões que fazem parte do contexto do local onde vivemos constituem os indicadores sociais de saúde.  Os piores indicadores desencadeiam maiores índices de vulnerabilidade e portanto maiores riscos de determinada população adquirir doenças ou vícios. Para que a saúde possa ser garantida, todas as redes de atenção devem levar em consideração os indicadores e darem maior atenção às populações vulneráveis.

Política Nacional de Humanização

  Em meio a debates e diversas aulas que já tivemos, um dos principais assuntos que abordamos é o tratamento humanizado que deve ou deveria acontecer não só no SUS, mas em qualquer instituição que lide com seres vivos. Pesquisei um pouco sobre esse assunto e descobri que, na verdade, existe uma Política Nacional de Humanização, mesmo que na prática ela talvez não esteja sendo completamente executada. Alguns aspectos que eu considerei extremamente importantes nessa política:

- Valorização dos diferentes sujeitos implicados no processo de produção de saúde: usuários, trabalhadores e gestores;
- Fomento da autonomia e do protagonismo desses sujeitos;
- Estabelecimento de vínculos solidários e de participação coletiva no processo de gestão;
- Identificação das dimensões de necessidades sociais, coletivas e subjetivas de saúde;
- A troca e a construção de saberes;
- O trabalho em rede com equipes multiprofissionais, com atuação transdisciplinar;
- O resgate dos fundamentos básicos que norteiam as práticas de saúde no SUS, reconhecendo os gestores, trabalhadores e usuários como sujeitos ativos e protagonistas das ações de saúde;
- A construção de redes solidárias e interativas, participativas e protagonistas do SUS.

E seus princípios norteadores:

- Valorização da dimensão subjetiva, coletiva e social em todas as práticas de atenção e gestão no SUS, fortalecendo o compromisso com os direitos do cidadão, destacando-se o respeito às reivindicações de gênero, cor/etnia, orientação/expressão sexual e de segmentos específicos (populações negra, do campo, extrativistas, povos indígenas, remanescentes de quilombos, ciganos, ribeirinhos, assentados, etc.);
- Fortalecimento de trabalho em equipe multiprofissional, fomentando a transversalidade e a grupalidade;
- Apoio à construção de redes cooperativas, solidárias e comprometidas com a produção de saúde e com a produção de sujeitos;
- Construção de autonomia e protagonismo dos sujeitos e coletivos implicados na rede do SUS;
- Co-responsabilidade desses sujeitos nos processos de gestão e atenção;
- Fortalecimento do controle social com caráter participativo em todas as instâncias gestoras do
SUS;
- Compromisso com a democratização das relações de trabalho e valorização dos trabalhadores da saúde, estimulando processos de educação permanente;
- Valorização da ambiência, com organização de espaços saudáveis e acolhedores de trabalho.



História contada em forma de cordel que fala sobre os direitos do cidadão na rede SUS.